O Caçador


O Caçador

O ocaso avermelhado entre as montanhas ruminou as esperanças do caçador de meia-idade. Todos seus quarenta e dois anos foram nada além de uma espera por aquele dia que por obra divina ou meramente natural – para os aldeões descrentes nas divindades – chegava ao fim, impossibilitando qualquer chance de prosseguimento da caçada.
Rememorou o caos em sua vila. Os corpos dilacerados, membros ensanguentados, o jorro de sofrimento de pais e mães, filhos e filhas, irmãos, namorados... Toda a dor e angústia de se acostumar com a ideia de que jamais veriam os entes queridos novamente.
Arrumou a besta no ombro. Não podia desistir – pensou com seus botões. Fora-lhe requisitada uma caçada, uma caçada que por anos fora proibida, por medo de que a criatura atacasse por vingança, porém finalmente após cinquenta anos de paz estabelecida com a fera, seu sonho se realizara. Enfadou-se por tal pensamento. Toda a amargura de seus antigos amigos suplantada pelo mero desejo da aventura a qual ansiara desde menino do primeiro momento em que ouvira a estória do “Canino Sangrento”. Mordeu os lábios.
Sentou-se sobre o galho da árvore no qual passara as últimas seis horas aguardando qualquer sinal da fera. Seguira seus rastros floresta adentro, contudo subitamente estes desapareceram, sobrando nada além do odor de pelos sujos e sangue seco.
Mascou um naco de carne seca pensando qual seria sua próxima ação. Talvez devesse preparar uma armadilha nos ranchos mais abastados da vila. Sempre havia cordeiros disponíveis nestes lugares. Logo abandonou a ideia. Os donos de tais ranchos jamais assentiram abdicar de sua “segurança” atraindo a grande fera para suas terras. Pensou em dormir por uma ou duas horas antes de prosseguir. A recordação da noite em que o prefeito batera à porta em sua cabana simples lhe veio à mente:
Duas batidas roucas na madeira. O caçador abriu a porta e lá, parado, ofegando com sofreguidão estava Lionel Merlo. O suor lhe corria toda a extensão da testa. As mãos tremulantes denunciavam seu desespero, porém a origem de sua aflição era desconhecida para o caçador cuja residência era abastada do vilarejo.
“Seu sonho se realizou, bastardo! Faça o que tem de ser feito antes que seja tarde.”
Rudes palavras de um homem em desespero transformadas em uma doce canção aos ouvidos do caçador que, sem demora, se pôs no encalço da fera.
O véu negro encobriu o céu pranteando dúzias de estrelas cadentes através do negrume azul-marinho. Viktor Seron, o caçador, se cobriu com a capa de pele de urso. Protegeu a cabeça com o capuz amarronzado contra insetos oportunistas e o rosto com um lenço preso à nuca. Trançou as pernas ao redor do tronco e fez uma oração sincera à Gaia pedindo que a noite não trouxesse perigos ainda maiores do que sua caça. Recostou a têmpora sob o capuz no caule da macieira. Adormeceu.
Foi despertado em meio ao breu. Uma fina camada de chuva umedecia suas vestes amarrotadas. Amaldiçoou sua sorte ante o sumiço de quaisquer vestígios da fera, porém agradeceu à Deusa por lhe prover água fresca.
Fora-lhe ensinado a sempre procurar o “lado bom” de qualquer dificuldade para assim não se deixar abalar pela leviandade dos desafios mais complexos impostos pela vida. Uma filosofia deveras útil para um homem sem amigos ou companhia.
Desceu do galho no qual passara a noite com um salto, caindo semiajoelhado sobre a lama que começava a se formar. Tentou enxergar na escuridão, mas não conseguiu. As nuvens de chuva encobriam as estrelas e acender uma tocha ou fogueira, independente da ocasião, estava fora de cogitação. Seguiu a trilha em direção às montanhas apalpando seu caminho, ao passo que pensamentos derradeiros lhe enevoavam a mente. Não importavam suas habilidades. Se o “Canino Sangrento” surgisse um metro à sua frente, naquela noite, estaria morto antes de desamarrar a besta do ombro. Arrepiou-se ao pensar nos cadáveres na vila.
As lágrimas do céu se intensificaram. Viktor escondeu a besta sob as vestes, tentando evitar danos a suas partes móveis. A aljava repleta de dardos, presa junta a cintura, não teve a mesma sorte, ao passo que só lhe era dada a atenção devida quando seu peso associado ao da água que a preenchia se tornava grande demais a ser suportado.
O caçador sabia que as horas se passavam, mas sentia sua força ser minada pela chuva incessante. Lamentou não ter permanecido na macieira. Em meio à chuva e trevas não teria como encontrá-la e ainda que soubesse o caminho, as horas a fio que passara vagando teriam sido suficientes para fatigar os músculos de homens muito mais jovens.
Recostou-se no primeiro local seco que encontrou. Uma gruta áspera no lado sul da montanha, grande o suficiente para abrigá-lo encolhido. Apoiou a besta no solo por entre os joelhos e descansou o queixo sobre a coronha. Com sorte, a manhã traria bons agouros e, com estes, sua caça.
O primeiro raio solar surgiu límpido em meio ao céu sem nuvens. Viktor não o notara ao abrir os olhos. Seu corpo se acostumara a acordar sempre no mesmo horário, independentemente do estado mental ou físico em que se encontrasse, de modo que sua atenção se voltou ao céu momentos depois de se dar conta de que passara a noite às margens de um lago intermitente.
Fez uma breve oração a Gaia, – Deusa da Natureza e da Terra – e a única Deusa que detinha sua devoção, agradecendo por não tê-lo permitido se afogar no lago que surgira com as chuvas da noite anterior.
Sorveu-se de longos goles d’água antes de encher o cantil de couro fervido quase até o gargalo. Fechava-o com uma rosca de cortiça quando os gritos abafados de um aldeão ecoaram através da floresta.
Armou a corda da besta e encaixou um dardo. Pôde ouvir o coração martelar-lhe o peito, acelerando a cada instante com a adrenalina fluindo em conjunto com o sangue. Inspirou profundamente e esperou o tremor das mãos passar. Repetiu a si mesmo um mantra aprendido com o ancião do vilarejo – há muito falecido – e aguardou seu controle sobre si mesmo regressar.
Um passo dado tão sorrateiramente quanto o outro. Foi assim que tangenciou a margem do lago e adentrou o emaranhado de galhos retorcidos de árvores tão velhas quanto sua própria vila. Passou a mão sobre o cinto e sorriu ao sentir a presença de sua faca. Empurrou o caule frágil de uma seringueira recém-brotada com a lateral do ombro.
Os berros do homem em aflição não cessavam, porém ao se aproximar da origem do som, Viktor se deu conta de que não importava o quanto andasse, jamais alcançaria o homem agonizante se mantivesse as passadas lentas. Teria, por uma vez, de abandonar a cautela e se aventurar no desconhecido sem a furtividade devida.
Ignorou a própria segurança e assim o fez. Percorreu os espaços estreitos entre as árvores a toda velocidade, deixando para trás um número incontável de folhas esvoaçantes, galhos partidos e tiras de pano retalhadas por ocasionais espinhos que, por vezes, lhe arranhavam a pele. Ousou prender a besta ao ombro. Armado apenas de sua faca, não apresentava grande perigo à fera cujos meros caninos detinham tamanho equiparável ao de sua cabeça, contudo o ato simbólico de tê-la em mãos o fazia se sentir seguro.
Chegou a uma breve clareira na qual, em sua extremidade oposta, o lar da criatura deveria residir. Uma caverna grotesca em meio às rochas-mãe que sustentavam a montanha, adornada por dúzias de estalactites e estalagmites. Bastou fitá-la por alguns segundos para reconhecer sua semelhança com a fera em questão.
Os gritos prosseguiam como sussurros no interior da caverna. Murmúrios de um aldeão indolente perante a mandíbula gigantesca que o devorava sem compaixão, mantendo-o vivo a cada nova mordida, para assim desfrutar de carne fresca.
Viktor sabia que, em um campo tão desfavorável, não teria como recarregar sua arma principal. Poderia esconder sob a vegetação da clareira uma dúzia de armadilhas e aguardar que o apetite voraz da criatura fizesse o trabalho de enviá-la para fora de seu covil, mas, para tanto, teria de suportar a agonia de ouvir a aflição do homem devorado se esvair em conjunto com o sangue que fluía pelo chão.
Não podia arriscar uma derrota em meio a tantas baixas. Depositou a besta sobre as grossas raízes de uma das muitas árvores e pôs-se a cortar caules de jovens arbustos com a parte serrilhada da faca.
A noite não tardou a chegar. Para o desgosto de Viktor, a chuva também não. Mal podia se lembrar do número de cipós que usara para cercar a caverna. Fizera o trabalho com a precisão impecável, escondendo estacas à frente da entrada sob a montanha, pesos-mortos distribuídos em árvores ao redor prontos a serem ativados ao mero toque de uma pata felpuda numa das armadilhas distribuídas pelo campo e também uma lança feita para si, no caso de todo o resto falhar.
De sua posição no alto de um galho, lembrava um falcão esperando pelo momento devido de simplesmente buscar a presa já abatida, mas, para sua infelicidade, o odor de cachorro molhado era insuportável. Imaginou se a chuva que caía tão vigorosamente sobre o campo tinha inundado as profundezas da caverna, até o momento em que o uivo tenebroso do Fenrir – um lobo de tamanho equiparável ao de um cavalo – ecoou poucos centímetros abaixo de seus pés.
A chuva mascarava o cheiro do caçador, de modo que o lobo colossal não notou sua presença. Pela primeira vez na vida sentindo temor real, Viktor tomou a besta nas mãos e a apontou diretamente sobre a nuca da criatura. O dardo, de madeira e metal, de um quarto de metro, feito para furar armadura a cem jardas de distância, partiria a cervical do Fenrir tal qual uma faca quente cortando manteiga.
Um novo uivo ecoou e, para o desespero do caçador, o Fenrir, pouco abaixo de si, estava em silêncio. Viktor voltou os olhos para a caverna a tempo de ver os olhos rubi-flamejantes de uma criatura ainda maior que a primeira o fitando diretamente.
Não estava certo do que deveria ser feito, mas por instinto, levou a besta ao ombro direito e a mirou no lobo de olhos vermelhos.
-Espere. – afirmou um homem de idade avançada parado onde há pouco estivera o primeiro Fenrir.
Viktor estava tão apático quanto concentrado. Não sabia se deveria ouvir ao ancião-lobo ou disparar contra nova fera que surgira.
O lobo de olhos vermelhos encarou o ancião com hostilidade visível.
-Avise aos aldeões que não fui eu quem atacou, e que vim aqui me redimir de pecados passados. – informou o ancião assumindo outra vez a forma de lobo e avançando contra o Fenrir de olhos vermelhos.
-Espere! – vociferou Viktor sem entender lhufas. O grito foi suficiente para fazer o ancião-lobo parar, mas não para evitá-lo tropeçar em um dos cipós espalhados pelo campo e ser atingido no dorso por uma tora.
O “Olhos Vermelhos” avançou pelo campo contra o ancião-lobo, mas tal como seu semelhante, teve seu avanço interrompido por uma dúzia de armadilhas. A mais devastadora tendo lhe perfurado o abdome com múltiplos espetos de madeira.
Viktor notou o aguçar de seus sentidos. Não por medo, ou pela adrenalina de abater duas feras colossais, mas pelo instinto selvagem de caça pertencente a todos os seres carnívoros. Abandonou sua posição na árvore e correu pelo descampado saltando os fios das armadilhas não ativadas.
Viu em primeira mão o uivo aterrorizante das estórias de ninar contadas por seu avô se alterar para um uivo melancólico, carregado de aflição e desesperança. Em meio à noite de lua crescente, o sangue escorreu entre as mandíbulas do “Olhos Vermelhos” enquanto aguardava seu fim. Viktor, sem hesitação, puxou o gatilho da besta.
O silêncio imperou na floresta.

Estórias não confirmadas contadas posteriormente por aldeões negam a veracidade da história de Viktor e dos Fenrir. O fato é que após aquela noite de verão, jamais houve outro ataque, para o júbilo de Lionel Merlo e dos habitantes do vilarejo. Viktor, mesmo tendo levado provas do abatimento de sua presa, foi tido como louco e permaneceu excluído dos demais até o dia em que seu sumiço foi notado.
Ninguém se abalou com seu desaparecimento até que, anos mais tarde – vulgo “dias presentes” –, a fera ressurgiu ainda mais mortal e, em sua fúria, consumiu a vila em sangue e chamas. Eu, por outro lado, sou grato a Viktor que permaneceu ao meu lado até que estivesse totalmente recuperado dos ferimentos causados pela tora que me atingiu naquela noite chuvosa. As dores permanecem até hoje, dez anos depois e, por isto, não pude acompanhá-lo nesta nova jornada. Uma certeza permanece acima das demais dúvidas. A certeza de que ele será capaz de ceifar a vida desta nova fera, afinal ele é O Caçador.

Por: Juan Vargas Rossano 

De luto pelo Brasil. - Um relato opinativo.


Fim do segundo turno de eleições para prefeitos no Brasil.

-Caso tenha a ilusão de que este comentário exclusivamente pessoal vá inquirir ou analisar partidos políticos e/ou seus candidatos, sugiro que pare por aqui, feche a página e NÃO me adicione nos favoritos. Este texto tem por objetivo analisar em meu ponto de vista, a situação atual do Brasil no contexto das eleições e dos membros já atuantes na política de nossa nação, entretanto evitando martirizar ou depreciar os governantes.-

"Bem vindo ao Brasil. Terra do futebol, do carnaval e da cachaça."
O que achei das eleições? - me perguntaram. Para muitos dei a resposta óbvia de acordo com minhas preferências políticas, para os céticos não dei qualquer resposta visto que são céticos. O que, de fato, eu acho? Simples! Porém complicado de se explicar, então abrirei tópicos:

Tópico 1º - O voto deixou de ser um direito.

Tópico 2º - Não é o povo quem decide as eleições.

Tópico 3º - O Brasil jamais alcançará o status que deseja possuir em relação ao mundo.

Tópico 4º - Bem vindo ao Brasil.


Análise do Tópico 1º -
O voto deixou de ser um direto? Como assim?
Não está difícil notar o crescente número de "supostos intelectuais" que se julgam capazes de analisar todo o contexto político do Brasil e que propõem diversas soluções ( diga-se de passagem - completamente inviáveis) para problemas de saúde, educação, segurança dentre muitos outros os quais nossa nação infelizmente vive.
Qual o problema disso?
Nenhum! Livre expressão é o que nos define como humanos e, para tanto, respeitar      as opiniões de outros (por mais absurdas que lhe pareçam) faz parte do convívio em sociedade.
Por que tais ditos "intelectuais" me incomodam? Porque com seus argumentos "simples e irrefutáveis" conseguem fazer a cabeça de muita gente, sendo estes indiretamente influenciados a mudarem suas crenças enquanto estas ainda estão em processo de desenvolvimento, mas que por um súbito argumento proposto na hora exata, os fazem mudar completamente de opinião.
Isso nos leva ao segundo cenário.
O segundo cenário engloba todos os alienados. - como foi mencionado em meu texto anterior.
Estes são aqueles que ignoram os prazeres e desprazeres da vida política e que beneficiam com seus votos não o candidato competente, mas aquele cuja venda de votos lhes render maior proveito imediato, o que me leva à última questão deste primeiro tópico:
Natalidade.
Em minha experiência, está óbvio quem decide as eleições (a ser explicado no tópico 2º), mas como esta "entidade" o faz? Através da natalidade. Diferentes partidos políticos agirão de formas diferentes -obviamente- mas existem aqueles que não tentam combater os problemas do povo. Para tais, basta dar esmola ao povo. Esmola a qual aumentará de acordo com o número de filhos, assim os fazendo gerar ainda mais filhos - mais futuros eleitores inconsequentes - cuja única preocupação será o desfecho de uma novela, ou até mesmo de uma partida de futebol.

Um comentário à parte: sempre fui fã do Império e República Romanos e, se houve dois aspectos da cultura romana que o Brasil soube incorporar de florma explêndida foram a Corrupção e a tática do "Pão e Circo" - esta última, aqui no Brasil podendo ser chamada também de "Futebol, Carnaval, Novela e Pinga".

Como o voto deixou de ser um direito?
Explicarei com base em meu ponto de vista -assim como todo este texto-.
Imagine por um instante o contexto político brasileiro onde o voto não fosse obrigatório, mas sim facultativo.
Os Alienados permaneceriam alienados com suas bebidas e programas de TV e não dariam qualquer importância às eleições, deixando-as nas mãos daqueles que realmente se importam com o futuro deste país.
Políticos capazes e direitos (ao contrário destas dúzias de palhaços vigentes em Brasília - salvo raras exceções) seriam eleitos e, caso não fossem tão capazes quanto aparentavam, cumpririam seu mandato e o próprio povo interessado em seu futuro impediria que voltassem.
De volta agora ao contexto atual: O voto obrigatório impõe ao "mercado eleitoral" seu direto de votar. Os Alienados vendem seus votos e nossos "amados líderes" permenecem os mesmos vigários.

Então por que o voto não é facultativo?
Porque apesar de corruptos, deputados, prefeitos, governadores e presidentes não são burros. Eles sabem que a obrigação do voto lhes elegirá novamente e que pessoa com poder deseja perder seu poder?

Análise do Tópico 2º
Quem decide as eleições?
À este ponto do texto, isto deve estar bem explícito: A mídia.
Como?
Comecemos analisando por baixo. Suas roupas, seus hábitos alimentares, seus "desejos", sua aparência... Tudo! Tudo o que você faz, vê ouve ou veste irá lhe influenciar de alguma forma. Roupas de grife, carros esportivos. Se tudo o que você tem ou deseja ter já lhe foi implantado na mente por alguma propaganda subliminar ou mesmo explícita, você realmente crê que pensa por si mesmo?
Não estou dizendo para desconfiarem de seus próprios pensamentos, nem lhes dizendo como pensar. Estou tentando mostrar a realidade. Se você é vegetariano ou onívoro, hipster ou emo, algo lhes impulsionou a ser desta forma e, para tanto, você se deixou ser influenciado por algo que viu ou ouviu. - O que não quer dizer que ser influenciado todo o tempo seja algo ruim. A partir do momento em que você consegue discernir o motivo por detrás de suas decisões, você é seu próprio mestre, não importa o que digam. Suas convicções serão apenas suas e se você deseja se matar através destas ou se permitir alcançar algo grandioso, você o fará, não importando quais sejam os desafios pelo caminho, mas se você se deixa levar por tudo o que vê (sugestão para os que desejam sair da mediocridade: LEIAM! COMECEM POR QUALQUER COISA, MAS LEIAM!), continuará sendo um escravo de si mesmo e é isto que todo o mundo deseja e espera de você: Um Escravo. Um escravo que trabalhe horas a fio sem nenhuma perspectiva de futuro, ou então uma perspectiva limitada. Uma perspectiva ilusional para que você não note a verdade sobre si mesmo: Que você viveu/vive/viverá uma vida sem propósito.

Análise do Tópico 3º
Por que o Brasil jamais se tornará o que espera ser?
Em primeiro lugar, o que o Brasil espera ser?
Com a cultura norte-americana tão difundida entre os brasileiros, é realmente muito difícil não notar que o Brasil deseja se tornar o próximo EUA. Por quê? Porque os Estados Unidos são o maior paraíso consumista do mundo e, como todo bom brasileiro adora gastar em coisas que elevem seu "status" através de marcas e outros tipos de ostentações, podemos finalmente notar uma característica comum à todas as classes sejam estas Baixa/Média/Alta. A cultura do TER e não do SER.
Por que eu acho que o Brasil jamais será como os EUA? Eis os motivos:
A cultura norte-americana tem por base a exaltação do patriotismo. Os americanos amam quase que acima de tudo seu país e se existe um inimigo estrangeiro ou nacional, eles lutarão para combatê-lo. Quando os brasileiros têm orgulho de serem brasileiros? Copa do Mundo de futebol. Os outros anos não fazem qualquer diferença. Quando os alienados se revoltarão? Quando o ciclo de álcool, novela e futebol for interrompido por algum agente externo.
Preguiça.
Característica muito comum entre nós brasileiros. "Por que fazer hoje o que pode ser feito amanhã?". Característica principal que nos define, não pelo fato de brasileiros serem preguiçosos, mas por uma questão cultural desde a origem do país sob os termos da escravidão. "Não farei pois há outros que farão por mim".
Ao contrário dos EUA que guerrearam internamente para obter ofim da escravatura, o real motivo do fim da escravidão no Brasil foi a "modinha" originalmente feita por ingleses. E para estreitar relações com a Inglaterra, houve o fim da escravidão no Brasil. (Não confundam o termo "modinha" com afeição à escravidão! Desprezo escravidão e qualquer tipo de preconceito decorrente desta!).
Então, verdadeiramente, o Brasil jamais teve de lutar pelos interesses de seu povo assim como o povo jamais desejou lutar por seus interesses e tal aspecto vem sido transmitido desde os primórdios até os dias atuais.

Análise do Tópico 4º
Tentei fazer um resumo do que vi, do que sinto e do que creio. Caso suas opiniões sejam diferentes, por favor comente. Não tenho interesse em ser um formador de opinião, mas ser um relator de minhas opiniões. Se você também acha que algo está errado, não fique parado.

"O mal vence quando os homens de bem nada fazem."

Estou tentando fazer minha parte mostrando minhas convicções sem no entanto tentar alterar as suas. E você? O que anda fazendo?

Juan Vargas Rossano.
Escritor.

Desabafo pessoal. - (formatado para facebook)

"Não costumo mencionar minhas preferências políticas por 2 simples motivos: Fanáticos e Tendenciosos. Por quê? - Porque não importa o quanto seu argumento seja irrefutável, os fanáticos jamais irão mudar suas convicções, e os tendenciosos por sua vez, irão alterar suas palavras em prol da geração de um argumento inválido mas que, em sua visão, será o suficiente para renegar suas premissas. O que eu acho do contexto político sociocultural da atualidade: Em primeiro lugar gostaria de dizer que estou cansado, e quando digo isso não me refiro às eternas lutas entre esquerda e direita, petistas e tucanos, estou cansado de uma juventude que se diz rebelde e julga tudo e todos culpando eternamente os meios de comunicação e as mídias crendo irrevogavelmente em seu ponto de vista que se diz "À favor de todos", ou então cujo embasamento está na frase "Se fosse assim daria certo" e que no fim das contas se utiliza de argumentos dos mesmos meios que tanto criticou porque - por uma vez - as opiniões desta pessoa e desse meio se encontraram. Isto, para mim, se chama HIPOCRISIA. Agora, verdadeiramente falando do contexto político: Como todo brasileiro que se preze, é óbvio que me preocupo com os resultados das eleições e apesar de desapontado com as opções de candidatos (breve explicação: Uma coisa eu digo abertamente: Não votei no Russomano - antes que os tendenciosos comecem a agir) não vou me abster de votar no segundo turno pelo simples motivo de que não desejo que meu futuro seja decidido por outros. Neste momento - tentando finalizar esse desabafo - termino esclarecendo uma verdade - a minha verdade, verdade na qual decidi acreditar e que honestamente não me importo se também é a sua ou se não é, se discorda ou concorda comigo -: O Brasil, nos dias presentes está dividido em 5 tipos de pessoas (em relação ao contexto político): Os Alienados, os Rebeldes com causas ignóbeis, os Neutros, os Não-Atuantes e os Solitários. Tentando ser breve na explicação, creio que as três primeiras categorizações sejam auto explicativas, portanto comentarei apenas das duas últimas: Os Não-Atuantes são aqueles que têm capacidade de compreender a situação deplorável que vivem, mas que não se manifestam para tentar mudar essa realidade. Por outro lado, os Solitários são aqueles que têm a vontade de agir, mas que, por sua vez, não tem os meios para agir e muitas vezes são deixadas ao relento agindo por conta, sem qualquer força. Evitando a hipocrisia, não me excluo de tais grupos. Me considero parte dos Não-Atuantes e antes que seja alvejado por críticas, explicarei o porquê. Mesmo não tendo uma grande carga de experiência de vida, posso dizer que perdi minhas esperanças com este País. Por quê? - Citarei exemplos: Um país cuja sociedade idolatra a alienação. Um país que aprende desde pequeno sobre as técnicas dos meios de manipulação de "Pão e Circo", mas que se deixa levar no fanatismo de times de futebol. Um país onde chutar uma bola é mais importante do que saber ler e escrever, curar ou ensinar. Um país que se diz revoltado pela corrupção, mas que não age para exterminá-la. Uma nação em que, se futebol se tornasse um crime, derrubaria as portas do palácio do planalto e imporia um novo governo, mas que para qualquer outro cenário de caos ou transgressão de direitos - a ser aqui mencionado - , permaneceria inerte às injustiças. Isso não significa que eu não tenha vontade de mudá-lo, mas sinceramente, enquanto TODO o POVO não se manifestar e apenas alguns poucos se indignarem, não vejo uma mudança ocorrendo. Em último caso, assistam "V de Vingança" antes de votar se for possível. Abraço a todos que tiveram paciência de ler até aqui." - Juan Vargas Rossano

Contos de um Arqueiro Auxiliar Romano - Parte 4

                 -Para o rio homens! Para o rio!- berrava o General César vestindo a capa vermelha, cujo significado era conhecido por todos. Ele se uniria às tropas.
                 Gartus seguiu a linha de arqueiros em movimento sobre a muralha. O vento atingiu seu rosto ao alvorecer, como se os próprios raios solares o estivessem enviando. Vislumbrou o inimigo.
                 Vercingetórix poderia ser um tolo de enfrentar a República Romana, pensou Gartus, ainda assim,   com o retorno de seus quarenta mil cavaleiros e do esforço conjunto de todas as tribos da Gália - totalizando 200.000 homens cercando a muralha externa e 50.000 ainda circunvalados por duas muralhas de César - era de se compreender a arrogância do Rei Gaulês.
                 Gartus se alinhou ao lado dos irmãos de armas. Colocou uma flecha no arco e o retesou. Mirar contra o número colossal de soldados que gritavam e arremetiam aríetes contra as barreiras, não era um trabalho difícil. Bastava apontá-la para o centro da multidão e esperar que os números fizessem efeito.
                A ordem veio.
                As penas da flecha passaram triscando sobre o punho esquerdo e sustentaram a haste pontuda de madeira e ferro até que atingisse o ombro de um gaulês. Mal acertara o alvo, uma segunda flecha de Gartus voava em direção a qualquer outro desatento.
               Os músculos ávidos do braço direito retesaram outra flecha. Gartus deixou-a cair do arco quando, por puro reflexo, se abaixou tentando esquivar-se de uma lança arremetida contra si.
               -Cavalaria comigo! - vociferou César em seu garanhão negro, com General Marco Antônio sempre ao lado.
               Um forte estrondo de madeira rachando ecoou do oeste quando, apesar das grandes baixas, do fosso abarrotado de sarissas, e das balistas sobre a amurada, os gauleses adentraram as muralhas.

Naval Duties

                 Olá a todos.
                 Devido a nessidade de recentes estudos na área naval para escrita do segundo livro da saga "Morfangnor", estarei demorando mais tempo do que o costumeiro para postar a parte 4 do "Contos de um Arqueiro Auxiliar Romano".
                 Enquanto isso, aqui estão algumas imagens navais interessantes:

Galeão Espanhol
Trafalgar - em destaque o HMS Victory - navio do Almirante Horácio Nelson
Navio Pirata em tormenta

Contos de um Arqueiro Auxiliar Romano - Parte 3

                Gartus se sentou à mesa em sua humilde residência. O peso de seus sessenta anos causando desconforto em cada uma das juntas desgastadas pelos anos de servidão a César. Viu pelas frestas da janela de madeira os últimos flocos de neve caírem, ante a iminente primavera. Recordou-se do passado e das esperanças que detinha sobre a campanha da Gália e sua duração. Os dois primeiros anos de marcha e súbitos ataques noturnos poderiam ser considerados uma dádiva em contrapartida aos últimos dois dentre oito anos da campanha. O Cerco de Alésia jamais sucumbiria ao tempo.

                 -Para a muralha!- vociferou um centurião anônimo ao ouvir o toque do corneteiro.
                 Gritos ordenados de homens endurecidos por décadas de luta geraram ordem no caos noturno.
                Gartus disparou escadaria acima e assumiu posição no primeiro local que encontrou. O uniforme vermelho com tiras de couro, sujo e amarrotado, mal se movia quando atingido pelo vento que, por sua vez, ao adentrar o espaçamento entre o elmo e o couro de sua cabeça, sibilava em uma tonalidade aguda e irritante.
                 O arqueiro fitou a fortaleza sobre o morro. Seus grandes e imponentes portões estavam abertos, através dos quais uma força gigantesca de cavalaria não estava presente. Gartus pegou uma tocha num dos muitos postos avançados dispostos sobre a muralha e atirou-a sobre a amurada, procurando qualquer sinal de ataque inimigo. 
             -Eles fugiram? - perguntou um outro Auxilia para qualquer um ao alcance da voz.
             -Eles estão cercados. Não há como fugir. - contrariou um legionário apoiado em um de seus Pilum, como se este fosse um cajado.
             -O rio. - sugeriu um outro.
             -Não. O rio tem muita correnteza para cavalaria. Em especial à noite.
           -Quarenta mil cavaleiros não fogem de uma batalha sem um bom motivo. - afirmou Gartus sem se importar com respostas.
             -O General César é um bom motivo. - afirmou o mesmo legionário que falara antes, gerando júbilos ao nome de César de todos ao redor.
             
             O Sol subiu pela manhã e, com ele, uma nova muralha romana.

Latest Update

Desculpem a ausência nos últimos dias, estive isolado sem conexão e só pude regressar agora a escrever.

Updates de Morfangnor:

Consegui finalmente desenvolver um sistema que torne uma das cidades fantásticas do segundo livro viável em questões físicas.

Histórias do 3º livro e 6º livro já definidas em detalhes específicos.

2º Livro adiantado na produção.

Contos de um Arqueiro Auxiliar Romano - Parte 2

                "Gauleses!" - ouviu o terceiro centurião da quarta coorte da legião X berrar sobre os vultos originários da fumaça das fogueiras. Como fizera tantas outras vezes naquele mesmo ano, tomou o arco em mãos, prendeu a aljava às costas e se reuniu aos Auxilia.
               Ouviu o sangue martelar junto aos ouvidos. Acostumara-se a isso ante batalhas iminentes, de forma que aquele poderia ser considerado um ritual de preparação.
                Um cavalo de pelagem negra cinilante recoberto em um manto vermelho passou cavalgando à toda velocidade por entre as colunas que começavam a tomar forma de um exército. A fina névoa impedia que se avistasse algo mais distante, contudo Gartus sabia que a cavalaria estaria se agrupando em algum lugar ali perto. O odor era inconfundível.
                   O cavalo do General Gaius voltou com seu cavaleiro em um trote elevado. Logo atrás, General Antônio o acompanhava xingando a Gália e todos os habitantes que a compunham, ao passo que alguns metros atrás um corneteiro tocava a toada de dissolução da formação.
                   Mais palavrões. Dessa vez vindos dos bravos da Décima que, por sua vez, amaldiçoavam não os gauleses, mas sua posição na extremidade do agrupamento de legiões, e pelo azar de terem de dividir terreno com os auxiliares.
                 Gartus se deitou apoiando a cabeça sobre os braços cruzados. Dormiu pensando no Tártaro que seria enfrentar Vercingetórix. O velho rei estava ficando acuado e não tardaria ao General Gaius derrotá-lo em campo. Ao menos, esperava que não.

Contos de um Arqueiro Auxiliar Romano - Parte 1

          As noites do gélido inverno gaulês o faziam tremer. Um frio nada superficial que diversas vezes sentira até mesmo nos ossos. Dores lancinantes de antigas juntas feridas em batalhas por espada, flecha ou pedra voltavam à tona naquele período ingrato do ano. Olhou outra vez para os pés, buscando algum conforto debaixo da pele de ovelha que roubara de um pastor em seu tempo na Hispânia.
        O tempo de servidão no exército romano não tardaria a encontrar seu fim. Logo poderia se entitular "Romano", assim como seu vizinho Falco fizera antes dele. Era bem verdade que Falco morrera um ano após receber sua recompensa, contudo esse único ano valera por uma vida inteira. Tinha certeza.
          Mas até lá, serviria ao General Gaius, onde quer que este estivesse.
          Uma pedra atirada por um legionário próxima a seus pés o despertou do transe.
          "Vá pegar água!" - ouviu o leginário ordenar. Levantou-se e pegou o balde de madeira perfurado por uma flecha que ainda jazia rachada em sua lateral. Os passos lentos comandados pelo frio incessante o carregaram ao lamaçal de um poço artesanal escavado às pressas. O balde baixou, encheu e subiu vazando pela rachadura. Gartus tapou-a com a ponta do indicador e correu às pressas de volta à segurança do acampamento apenas para em seguida ser enxotado como a um cão sarnento. Talvez até menos do que isso. Por vezes vira cães - mesmo os sarnentos - receberem ossos de refeições devoradas. Não ele, nem seus companheiros da Auxilia. Para os legionários, eles não eram nada.
            A trombeta de alarme soou.

Segundo livro em produção...

Ainda no aguardo de uma resposta, dei início à escrita do segundo livro da série.

Tendo em vista o final do primeiro livro, decidi que era o momento de ampliar os horizontes e contar a história com os detalhes que ela merece.

Por quê?

Porque há espaço para isto. O mundo do livro é extenso e, portanto, merecedor de uma história extensa, que detalhe cada instante sem tornar o livro exaustivo e ainda assim permanecer digno dos leitores de Tolkien e Martin.

Sem Spoilers...

Sem spoilers, posso dizer que o segundo livro da saga (já nomeado, entretanto citarei seu nome apenas após a assinatura de um contrato com alguma das editoras) é mais longo que o primeiro, e introduz dezenas de outros personagens apenas mencionados no primeiro livro e outros não mencionados. Um novo horizonte se abre em Morfangnor e assim uma nova história surge.

Espero que em breve todos possam lê-la.

A Era dos Demônios se inicia...

Com o fim do ano chegando, venho a afirmar pela primeira vez sobre a publicação de meu primeiro livro. Morfangnor - A Era dos Demônios, o primeiro livro da saga. Após o envio para várias editoras, estou no aguardo de uma resposta que creio chegaar em breve.

O primeiro livro da série retrata uma história que, à princípio, pode parecer clichê, uma vez que tudo o que é relacionado com magia e medievalidade nos dias presentes é atribuído à cópias fajutas de O Senhor dos Anéis. Admito que, de fato, sou um grande fã de Tolkien, assim como de George R. R. Martin, todavia Morfangnor - A Era dos Demônios pode ser considerado o limiar entre esses grandes autores.

Como assim? Já me perguntaram. Eis a resposta:

O Senhor dos Anéis é uma história linear. É claramente definido quem são os heróis e quem são os vilões, exceto senão por Gollum (ou Smeágol), que une vilão e herói em um único personagem.

Por outro lado...

Crônicas de Gelo e Fogo (Série do Game of Thrones) é uma história sem qualquer linearidade na qual o autor busca dúzias de perspectivas para contar uma história onde o foco especificamente é a trama, e não as batalhas, como é o caso de o Senhor dos Anéis, o que, muitas vezes torna o leitor àvido pela espera de uma batalha que não vem a acontecer. (O que pode ser decepcionante se você também é um leitor que gosta de ação).

Então por que Morfangnor é o meio termo?

Porque apesar de seguir uma certa linearidade, esta é utilizada apenas para guiar o rumo da história e não restringí-la a fatos específicos. Lembrando-se sempre que a trama mutável pode mudar a perspectiva de um personagem de uma hora para outra sem qualquer motivo aparente.

O que esperar de Morfangnor?

Espere um livro onde não há restrições quanto à magia e ação. Um livro onde qualquer um pode se tornar o inesperado e, portanto, um livro onde a história não exatamente será definida pelo protagonista, onde descrições acuradas de trama e guerra se unam sob a única perspectiva de se ler um livro como nenhum outro jamais escrito.

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